implicações de ordem emocional e psicológica.
O acúmulo de sofrimentos e a dificuldade em exteriorizar seus problemas se refletem não só na saúde física, mas também na saúde psicológica e emocional.
Como consequências psicológicas e comportamentais da violência, alguns estudos relatam o uso de álcool e drogas, depressão, ansiedade, tabagismo, comportamentos suicidas e de autoflagelo, distúrbios na alimentação e no sono, baixa autoestima, fobias e síndrome do pânico.
A equipe de saúde deve estar sensibilizada e capacitada para assistir a pessoa em situação de violência. Dessa forma, há que se promover, sistematicamente, oficinas, grupos de discussão, cursos ou outras atividades de capacitação e atualização dos profissionais.
“Os serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) são uma porta de entrada no sistema e mantém contato com praticamente a totalidade da população feminina ao longo da vida. Podem reconhecer o problema, acolher a vítima e referir para a rede especializada de justiça, assistência social, segurança pública, trabalho e moradia, a fim de garantir os direitos das mulheres”. (Ana Flavia Lucas d’Oliveira, em entrevista à Associação Brasileira de Saúde Coletiva, ABRASCO)
Em março de 2021 o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) divulgou dados sobre violência contra a mulher nos canais de denúncias de direitos humanos do Governo Federal. Em 2020, mais de 105 mil denúncias de violência contra a mulher foram registradas nas plataformas do Ligue 180 e do Disque 100.
Do total de registros, 72% (75,7 mil denúncias) são referentes a violência doméstica e familiar contra a mulher. De acordo com a Lei Maria da Penha, esse tipo de violência é caracterizado pela ação ou omissão que causem morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher. Estão na lista, também, danos morais ou patrimoniais.
O restante das denúncias, 29,9 mil (28%), refere-se a violação de direitos civis e políticos, por exemplo, condição análoga à escravidão, tráfico de pessoas e cárcere privado. Também estão relacionadas, a liberdade de religião e crença e o acesso a direitos sociais como saúde, educação, cultura e segurança.
Fontes:
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH)
Organização das Nações Unidas – ONU Mulher
Telessaúde do Rio Grande do Sul.
Ministério da Saúde