Ainda que o cenário da pandemia de Covid-19 tenha apresentado grandes melhorias com o avanço das vacinas, muitas pesquisas ainda são desenvolvidas para combater o vírus. Recentemente, em um estudo publicado na revista Nature, pesquisadores da Universidade de Columbia, em Nova York, propuseram um spray nasal para ser utilizado diariamente para prevenir a infecção pelo vírus da Covid-19.
Os pesquisadores partiram da constatação de que como os locais em que o vírus se instala pela primeira vez são o nariz e a boca, seria interessante proteger essas áreas. Os sprays funcionariam como uma fórmula de ação rápida e seriam aplicados uma ou duas vezes por dia no revestimento nasal e na garganta. Sua atuação bloquearia a capacidade do vírus de adentrar as células, sendo diferente das vacinas, as quais preparam o sistema imunológico para constituição de uma proteção a longo prazo.
Os testes realizados utilizaram como composto um peptídeo que dificulta a fusão do vírus com a célula hospedeira, impedindo a infecção. Esse composto do spray nasal foi administrado no nariz de furões uma vez ao dia durante dois dias. Posteriormente, os furões foram expostos a outro furão que estava infectado. Como resultado, o estudo constatou que os furões que receberem o peptídeo não contraíram o vírus, enquanto aqueles que haviam recebido apenas placebo foram infectados.
Caso essa efetividade seja comprovada em humanos, o spray deve constituir uma maneira adicional de proteção contra Covid-19 — enquanto as vacinas seguirão com foco de prevenção contra casos mais graves da doença, o spray agiria para diminuir o risco de infecção.
Para que os sprays avancem, ainda existe um longo caminho a ser percorrido, desde o interesse no financiamento da solução até o desenvolvimento em si de um spray que consiga revestir toda superfície sobre a qual o vírus possa se ligar. Isso é essencial porque, caso o vírus entre em contato com qualquer célula, a infecção pode progredir, sendo essa a grande dificuldade observada em outros tratamentos profiláticos que envolvem um spray nasal.
Além disso, um outro desafio consiste no desenvolvimento de um spray que, ao ser aplicado, permaneça no revestimento nasal por um mínimo de duração para ser considerado eficiente. Os pesquisadores entendem que quanto mais vezes um determinado medicamento precisa ser administrado, menor é a aderência da população a ele. Contudo, eles concluem que o desenvolvimento do spray nasal seria um importante avanço como medida adicional de prevenção contra infecção, especialmente em locais onde poucas pessoas utilizam máscaras.
Fonte: Sua Saúde