As investigações ocorridas no âmbito da Operação Sistema, desencadeada pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nessa segunda-feira (24/10), identificaram uma artimanha usada pelos traficante para tentar esconder o transporte de cocaína e maconha entre Bolívia e Brasil.
A rede criminosa comprou um caminhão-pipa, que seria usado para movimentar os carregamentos de droga sem chamar a atenção da fiscalização nas rodovias interestaduais. Os investigadores descobriram que o veículo pesado havia sido comprado no ano passado, por uma empresa fantasma baseada em Marília, interior de São Paulo.
A firma de fachada também foi alvo de busca e apreensão na primeira fase da ação policial. Os policiais rastrearam movimentações financeiras suspeitas quando um laranja foi usado para fazer depósitos, que depois foram transferidos diretamente para um traficante de Mirassol D’Oeste, em Mato Grosso.
Empresas fantasmas
A segunda fase da operação Sistema descobriu que um morador de rua e dependente químico foi usado como laranja em um esquema milionário para lavar dinheiro proveniente da venda de centenas de quilos de cocaína, traficados em vários estados do país. A sofisticada rede criminosa, que contava com empresas fantasmas e movimentações financeiras percorrendo contas abertas em nome de terceiros, foi alvo de operação nessa segunda-feira (25/10).
A segunda fase da Operação Sistema descobriu duas empresas fantasmas, supostamente abertas em Planaltina, que existem apenas no papel. Nos dois locais, funcionam escritórios de advocacia sem qualquer ligação com os criminosos. As empresas integravam um espécie de “pool”, que lavava dinheiro do tráfico de todo o Brasil, inclusive de favelas cariocas.
Os bandidos baseados no DF utilizaram uma estrutura desenvolvida por um bando de Minas Gerais, que havia se especializado na lavagem de dinheiro para facções criminosas de todo o país. O esquema foi desarticulado no ano passado, durante a Operação Washing, deflagrada pela Polícia Civil mineira. Ainda segundo as investigações, o grupo lavou cerca de R$ 750 milhões, provenientes da atividade clandestina.